Bom dia para quem sabe que liberdade não é só discurso bonito.
No café de hoje:
° Preço da liberdade – autonomia política sem preparo financeiro é ilusão.
° Espelho de 2025 – crescimento frágil e dependência silenciosa no Brasil.
° Paradoxo 2026 – desafios e riscos da Reforma Tributária para a independência real.
Vamos lá?
Quando o Brasil proclamou independência em 1822, a cena parecia de vitória: D. Pedro no Ipiranga, gritos de “Independência ou Morte!”. Mas a realidade se impôs logo depois. Para ser reconhecido como livre, o país teve que pagar 2 milhões de libras a Portugal, dinheiro emprestado pela Inglaterra. O resultado? Saímos das amarras políticas, mas caímos nas correntes econômicas. Liberdade política, sim. Autonomia financeira, não.
Esse detalhe histórico pouco lembrado revela algo importante: a liberdade nunca é plena se não for sustentada na prática. Dois séculos depois, a história dá sinais de repetição.
Hoje, o Brasil exibe números frágeis: crescimento econômico de apenas +0,4% no último trimestre, investimentos retraídos, juros nas alturas. É um cenário que vende a imagem de soberania, mas esconde uma dependência silenciosa de crédito caro, de capital externo, de ajustes emergenciais.
E aqui surge o paradoxo: o que parece autonomia pode ser apenas uma ilusão momentânea. Foi assim em 1822, e pode ser assim novamente agora.
O paradoxo moderno para empresas
No meio desse ambiente instável, 2026 traz a Reforma Tributária.
Uma promessa de simplificação que, como toda mudança estrutural, vem embalada de riscos.
A transição será longa, complexa e cheia de armadilhas. Cada empresa precisará lidar com dois mundos coexistindo: o modelo atual e o novo, que será implementado em fases até 2033. Isso significa:
Compliance dobrado (duas regras para acompanhar).
Tecnologia fiscal testada ao limite.
Capital de giro pressionado pela forma como tributos serão cobrados.
Assim como em 1825, quando a pressa de consolidar a independência custou caro ao Brasil, as empresas que não se prepararem podem pagar um preço invisível.
Jim Collins alerta:
“Empresas não caem de repente. Elas se desgastam pouco a pouco.”
Esse desgaste começa de forma quase imperceptível, uma margem corroída aqui, um contrato mal precificado ali, um retrabalho fiscal acolá. Quando a conta aparece, já é tarde demais.
O que fazer hoje para proteger sua liberdade fiscal
A diferença entre independência e dependência, no mundo corporativo, está na antecipação. O empresário que agir agora terá vantagem sobre o que esperar “ver como vai ficar”. Algumas ações práticas:
- Simular a alíquota efetiva CBS/IBS no regime híbrido.
O impacto da Reforma varia por setor, margem e modelo de negócio. Quem conhece o número antes, decide com clareza, quem não simula, descobre no susto. - Reprecificar contratos e produtos desde já.
Se os tributos mudam, sua precificação também deve mudar. Ajustar preços antecipadamente evita prejuízos ocultos e renegociações de emergência. - Mapear a tecnologia fiscal.
Sua contabilidade e seus sistemas estão prontos para lidar com duas legislações ao mesmo tempo? Automatizar hoje significa reduzir riscos de multa, retrabalho e perda de tempo amanhã.
Esses passos não são luxo — são blindagem.
Fica o alerta:
Cada decisão adiada, cada contrato ignorado e cada processo mal estruturado aumenta o risco de começar 2026 apagando incêndios em vez de construindo crescimento real.
Na Tess, defendemos que a liberdade verdadeira não é conceito, é prática. É medida em:
→ Margem protegida.
→ Caixa previsível.
→ Decisões baseadas em dados, não em achismos.
O Brasil pagou caro por uma independência incompleta. Não deixe sua empresa repetir essa história.
Até semana que vem 👋
By Kaline Marchiori