Bom dia para quem entendeu que estabilidade é o novo ativo.
Na edição de hoje:
° O novo mapa do empresariado brasileiro.
° Por que o Paraguai se tornou o destino preferido de quem quer continuar crescendo.
° O que offshore e internacionalização ensinam sobre proteção e liberdade nos negócios.
Vamos lá?
O que antes parecia pontual virou tendência: o empresário brasileiro está se movendo, e não é por aventura, é por sobrevivência.
Nos últimos meses, o Paraguai emergiu como destino preferido de quem cansou de jogar com regras que mudam a cada rodada.
De 2024 para cá, quase 30 mil brasileiros solicitaram residência no país e mais de 200 empresas nacionais já transferiram parte de suas operações para lá.
Entre elas, nomes conhecidos: Ratinho, Flávio Rocha (Riachuelo), Lupo, Vale, Estrela e Efisa.
O que o Brasil chama de complexidade, o Paraguai traduz em previsibilidade.
Enquanto aqui exige 1.500 horas por ano apenas para cumprir obrigações fiscais, o Paraguai opera sob o modelo “10-10-10”:
10% de imposto de renda para empresas,
10% para pessoas físicas,
10% de IVA.
Três números que significam muito mais do que carga tributária leve.
Representam confiança, agilidade e segurança jurídica, tudo o que o empresário brasileiro sempre buscou e raramente encontra.
E o resultado é visível.
Empresas que esperavam previsibilidade no Brasil, agora crescem a poucos quilômetros da fronteira.
A mudança de Carlos Massa (Ratinho) tornou-se o símbolo mais claro dessa virada.
Aos 69 anos, ele obteve residência permanente no Paraguai, citando impostos menores, estabilidade e o direito de andar na rua em paz.
“Lá, posso planejar sem medo de que o jogo mude de um dia pro outro”, afirmou.
A Riachuelo, por sua vez, instalou nova planta industrial no país, e a Lupo anunciou uma fábrica que vai empregar 350 pessoas até 2026.
São decisões que refletem uma nova mentalidade: quem quer competir, precisa de terreno sólido, não de promessa política.
Esse movimento vai além da economia.
É cultural. É simbólico.
E expõe algo que o Brasil tenta ignorar: o país não está perdendo empresas, está perdendo a confiança de quem as construiu.
Durante décadas, o empreendedor brasileiro sustentou a economia mesmo em meio à instabilidade. Mas confiança não sobrevive ao improviso.
E o que hoje se vê é o resultado de anos de um sistema que pune quem produz e recompensa quem especula.
Enquanto vizinhos simplificam regras e atraem investimento, o Brasil multiplica normas, incertezas e discursos.
Cada empresário que cruza a fronteira leva com ele mais do que capital: leva a crença de que aqui já não dá para planejar o amanhã.
Não é fuga.
É maturidade.
É a decisão racional de buscar estabilidade onde ela existe.
E é nesse ponto que entra o debate sobre internacionalização.
Falar em offshore ainda causa desconforto, talvez porque, no Brasil, planejar virou sinônimo de privilégio.
Mas, no mundo corporativo real, offshore não é esconderijo. É ferramenta.
É estrutura legal de proteção patrimonial, eficiência fiscal e continuidade empresarial, usada há décadas por grupos globais.
Empresas que se internacionalizam não estão traindo o país.
Estão garantindo que o que construíram sobreviva a governos, crises e mudanças repentinas.
Porque quem pensa a longo prazo não espera estabilidade: cria a sua própria.
🎯 Radar Tess
• O número de brasileiros com investimentos declarados no exterior cresceu 35% em 2024, segundo o Banco Central.
• Mais de 28 mil novas empresas offshore foram registradas por brasileiros entre 2022 e 2024, principalmente em Uruguai, Portugal, Estados Unidos e Paraguai.
• Segundo a PwC, 65% dos empresários de médio e grande porte já consideram abrir ou estruturar holdings internacionais para diversificação e proteção patrimonial.
• Nos últimos 12 meses, o Paraguai atraiu mais de US$ 500 milhões em capital brasileiro, consolidando-se como o principal destino da região para novos investimentos produtivos e residenciais.
A pergunta que fica não é “por que estão indo?”
mas quanto tempo o Brasil ainda vai demorar para entender por que eles foram.
Até a próxima semana 👋
By Kaline Marchiori